Convença-me...
Me dê apenas um motivo.
Um bom, aceitável e convincente motivo.
Tão bom que me convença a retirar a estaca,
Quem sabe até a navalha,
De dentro do meu coração.
Desculpe o auê,
Mas um coração de pedra,
não é ferido por coisas fúteis,
mas ele é capaz de sentir,
mesmo que erroneamente,
os conflitos e desilusões de uma vida.
Ele sente, e chora.
Chora porque não sabe demonstrar aquilo que sente.
E chora por magoar quem está ao seu lado.
Pessoa, bandido.
A pedra do caminho que não dá pra retirar.
A pedra que bombeia, pulsa firmemente,
Dá vida a algo que não sabe viver.
Sem vida, sem vivência...
Mas rodeado de pessoas que lhe gostam...
Um coração de pedra pode amar e ser amado?
Ou ele simplesmente ignora esse significado,
Empedrando-o cada vez mais,
Até que seu sangue vire areia,
E, de dentro para fora,
E transforma-o numa estátua, ignorante, insignificante,
E que, com o tempo, cai no mar do esquecimento,
E afunda,
Encontrando abrigo na escuridão,
Longe de qualquer sinal de vida,
Longe daqueles que um dia quiseram seu bem.
Este sou eu...
Afundando...
Afundando...
Afundando...