Convença-me...

Me dê apenas um motivo.

Um bom, aceitável e convincente motivo.

Tão bom que me convença a retirar a estaca,

Quem sabe até a navalha,

De dentro do meu coração.

Desculpe o auê,

Mas um coração de pedra,

não é ferido por coisas fúteis,

mas ele é capaz de sentir,

mesmo que erroneamente,

os conflitos e desilusões de uma vida.

Ele sente, e chora.

Chora porque não sabe demonstrar aquilo que sente.

E chora por magoar quem está ao seu lado.

Pessoa, bandido.

A pedra do caminho que não dá pra retirar.

A pedra que bombeia, pulsa firmemente,

Dá vida a algo que não sabe viver.

Sem vida, sem vivência...

Mas rodeado de pessoas que lhe gostam...

Um coração de pedra pode amar e ser amado?

Ou ele simplesmente ignora esse significado,

Empedrando-o cada vez mais,

Até que seu sangue vire areia,

E, de dentro para fora,

E transforma-o numa estátua, ignorante, insignificante,

E que, com o tempo, cai no mar do esquecimento,

E afunda,

Encontrando abrigo na escuridão,

Longe de qualquer sinal de vida,

Longe daqueles que um dia quiseram seu bem.

Este sou eu...

Afundando...

Afundando...

Afundando...

Afonso Herrera
Enviado por Afonso Herrera em 18/04/2011
Código do texto: T2915919
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