EXILADO
Num beijo ainda iminente
perco meu sentimento medieval,
alongo teu sorriso oval
e reboco-te nesse olhar resplandecente
Impaciente e quiçá ébrio fito
o teu rosto e, logo, sonho
nós enrolados a uma taça de vinho
que convoca meu desejo ao coito
Em cada peça do teu sorriso
naufrago a hipótese de estares
numa longitude para confessares
meu avanço carnal glorioso
Na distracção dos guardas
levo-te sem temor a um deserto
que dá a essa paixão um concerto
que confina teu corpo já sem fardas...
18/04/2011