PRIVASTE-ME...
Deixei de te retratar em verso
porque te ausentaste anos atrás
e eu calei-me na eternidade assaz
onde amar tornou-se perverso
Como posso agora te retratar?
Com as mãos inundadas de lágrimas
algemo minha imaginação em rimas
e pinto numa folha meu lamentar
Desenho um retrato vazio
que arrelia meu amor no cio
e tudo que é esperança
repõe-se no ruir da aliança
Uma, duas, três milhões
eram as ondas de imaginação
arrastadas pela triste emoção
do meu silêncio sem triliões...
Benguela, 15/11/2010