Menino de rua.
Estava aquela criança.
Olhando para aquela rua.
À noite - lhe acompanhava.
Testemunha era a lua.
Naquela noite de frio.
Sentadinho, ali pensando.
Vendo os carros passar.
Tão anjo imaginando.
Quando é que chegaria.
Seu momento, seu prazer.
Um alguém que o notasse.
E desse a ele um viver.
Viver com dignidade.
Um lar, um afeto, amor.
Alguém pra aquecer o frio.
Com um abraço, um calor.
E o levasse pra casa.
Pra que ele então pudesse.
Deixar de viver na rua.
E poder olhar a lua.
De forma que alegrasse.
O teu nobre coração.
Ah como pensa o menino.
Sozinho ali na noite.
Sozinho na escuridão.