O SI-MESMO
Quando choro, meu choro é silencioso,
licenciado das minhas vontades de poetizar
o sentimento que vem junto com as noites, todas
tão silenciosas quanto meu choro.
É que não me sei sem ter quem me afague
o intocável coração solitário.
Estas sem-razões me chegam no limitar da minha solidão,
no amadurecimento do meu entendimento,
na conversão das minhas palavras doces
e o meu doce em amargo.
Sentiria, acaso, minha boca o gosto do doce
que me negaram?
Neguei-me crer que poderia o tempo
ser o extirpador de todas as dores;
Porque quando já adormecidos em mim os meus tantos porquês,
acordaram-se em mim tantas outras visões,
tantas respostas que já não esperava ouvir.
Sentir na pele o cheiro, o aroma, a frescura do vento
das indizíveis manifestações do prazer,
que nunca permiti dar-me ao desfrute,
elevou minha alma à condição de escrava do meu desejo.
O tempo riu-se de mim, anunciou,
proclamou a chegada da tempestade.
Eu, ignorante e lúdica, sorria sem dar conta da trama
da cor que cinza se fazia.
E, com mais força e destemor o tempo gritou,
mas a avidez do doce é maior que a avidez do amargo,
e o amargo ignora o prazer pelo prazer.
Para o ajuste de tudo, há que se ter um contratempo;
não para que o tempo volte, mas para que ele pare de gritar
aos ouvidos dos loucos que a vida não é só de desejos e prazeres...
É feita de noites e amanheceres.
E quando, enfim, percebo que a sabedoria está à minha volta
choro, não em silencio contido,
em desarvoro, desfolhado que seca o canal
onde corre a seiva do frutificar.
A noite é a minha mais solidária companheira,
nela , se contemplo a lua,
não posso chorar a ausência do sol,
ele está junto com a noite, se não,
como brilharia a lua, as estrelas?
Essas estrelas que piscam do céu,
todas pedindo que eu as alcance,
todas me dando notícias que estou abaixo delas,
abaixo de mim mesma.
Percebo a dimensão do ordenamento celeste
e , procurando vencer os meus medos infantis,
dou graças ao Criador, e, louvando-O
recolho-me pedindo que o mesmo sol,
ilumine o dia por vir, para que na vida
eu prossiga no caminho do equilíbrio
entre o doce e o amargo.
Para Deus e para a única pessoa que pode saber exatamente o que me vai à alma.
Quando choro, meu choro é silencioso,
licenciado das minhas vontades de poetizar
o sentimento que vem junto com as noites, todas
tão silenciosas quanto meu choro.
É que não me sei sem ter quem me afague
o intocável coração solitário.
Estas sem-razões me chegam no limitar da minha solidão,
no amadurecimento do meu entendimento,
na conversão das minhas palavras doces
e o meu doce em amargo.
Sentiria, acaso, minha boca o gosto do doce
que me negaram?
Neguei-me crer que poderia o tempo
ser o extirpador de todas as dores;
Porque quando já adormecidos em mim os meus tantos porquês,
acordaram-se em mim tantas outras visões,
tantas respostas que já não esperava ouvir.
Sentir na pele o cheiro, o aroma, a frescura do vento
das indizíveis manifestações do prazer,
que nunca permiti dar-me ao desfrute,
elevou minha alma à condição de escrava do meu desejo.
O tempo riu-se de mim, anunciou,
proclamou a chegada da tempestade.
Eu, ignorante e lúdica, sorria sem dar conta da trama
da cor que cinza se fazia.
E, com mais força e destemor o tempo gritou,
mas a avidez do doce é maior que a avidez do amargo,
e o amargo ignora o prazer pelo prazer.
Para o ajuste de tudo, há que se ter um contratempo;
não para que o tempo volte, mas para que ele pare de gritar
aos ouvidos dos loucos que a vida não é só de desejos e prazeres...
É feita de noites e amanheceres.
E quando, enfim, percebo que a sabedoria está à minha volta
choro, não em silencio contido,
em desarvoro, desfolhado que seca o canal
onde corre a seiva do frutificar.
A noite é a minha mais solidária companheira,
nela , se contemplo a lua,
não posso chorar a ausência do sol,
ele está junto com a noite, se não,
como brilharia a lua, as estrelas?
Essas estrelas que piscam do céu,
todas pedindo que eu as alcance,
todas me dando notícias que estou abaixo delas,
abaixo de mim mesma.
Percebo a dimensão do ordenamento celeste
e , procurando vencer os meus medos infantis,
dou graças ao Criador, e, louvando-O
recolho-me pedindo que o mesmo sol,
ilumine o dia por vir, para que na vida
eu prossiga no caminho do equilíbrio
entre o doce e o amargo.
Para Deus e para a única pessoa que pode saber exatamente o que me vai à alma.