Fiquei sem chão
Fiquei sem chão
De repente tudo parecia um sonho
Pensava estar andando nas nuvens
Ou pisando em algodões.
A ânsia de lhe ver,
A angústia por não tê-la
Ao meu lado.
Resolvi então telefonar
Ao menos pra saber
Como você estava.
Poder ouvir o som da sua voz
E pergunta-lhe:
Por que você está tão distante?
Simplesmente me sinto, um cachorro sem dono.
Um plebeu abandonado.
Lutei para não me entregar
A esse sentimento,
Confesso; que ele foi mais forte do que eu.
Sem menos perceber
Levei o golpe fatal.
Se é amor, eu não sei.
A verdade é que não consigo explicar
Ao ouvir sua voz seca
E de poucas palavras.
Do outro lado da linha,
Fui eu que quase perdi a fala
Me contive pra não chorar
Ao ouvir ecoar o seu thum thum thum,
Como quem diz um não
Partiu ainda mais o meu coração.
Não falei e não fala.
Essas foram suas claras palavras
Estava não só com os pés
E mãos atadas.
Agora era minha boca,
Que fui obrigado a trancá-la.
Já sei não sou criança
Já cheguei aonde você quer chegar.
Sentado estava, sentado fiquei paralisado.
Ontem parecia ter conquistado o mundo
Pensava ser um Napoleão Bonaparte,
Um Júlio César ou quem sabe
Um Alexandre, o grande.
De grande vejo que não tenho nada
Pois hoje me sinto tão pequeno
Pois o mundo sobre mim parece desabar
O que a pouco tinha como conquista
Sinto que estou preste a perder
Não como César, que através de um golpe
De estado foi cruelmente assassinado.
Minha história será outra, mais o cheiro da morte
Sinto tão próximo, parece que até dormiu ao meu lado.
Fiquei sem chão,
Minha vontade é desaparecer
Para não ouvir o que já sei que vai dizer.
Mais já que o tempo fechou
Deixa as águas me molharem
Melhor que as lágrimas
Escondem-se entre as águas
E os céus não percebam
Que perdi mais um luta,
Que fui vencido em mais um combate.
Ainda estou de pé na arena da vida
Beijarei a lona com dor
Mais estarei de pé
Pronto pra receber o locaute final.
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Dez Dias
Em poucos dias minha vida
Virou-se do lado avesso.
Sinto-me literalmente
Com as pernas para o ar
E de cabeça para baixo
Quase já não acreditava
Na chamada felicidade
Poucas forças agora eu tenho
Para vencer a incredulidade.
Arrisquei-me em tentar
Pois o meu tentar
Tinha um grande sabor
Que no momento,
Não pensava em degustar
Era o sabor da esperança
Prato que me trouxe grande amargo,
Dor e uma mistura
De tristeza com infelicidade.
Hoje sou afligido pelo vômito
Como num simples estalar de dedos
Toda felicidade que pensava saborear
A incerteza fez com que eu expulsasse
Como num apagar dá luz
Para tão distante, aonde não fosse
Capaz de ser alcançado.
O que me doe ainda mais,
E o tentar da outra parte;
Que o tentar foi sinônimo
De experimento
Minha vida,
Estava sendo estudada
E testada na sala do imaginário
Como sendo algo de insignificante valor.
Como doe meu coração,
Que aperto em minha alma,
Sinto ao analisar.
Mais uma vez aos homens foi provado
Que felicidade não é tese,
Nem fórmula que no laboratório
Pelos grandes sábios,
E estudiosos.
Podem ser inventada ou criada
Na minha incredulidade
Talvez eu consiga enxergar
Que este sonho que todos almejam
É uma decisão
Que precisa ser trabalhada.
Enfim, minha vida
Em apenas Dez dias
Foi tida,
Como um cartão de loteria
Sem ao menos
Que eu fosse comunicado
Fui posto na grande
Roleta da vida,
Ladeado pelas ilusórias companhias
Estava entre a sorte e o azar
Ou pelos números, porcentagem
Quem sabe probabilidade.
Que alguém preventivamente
Já havia calculado.
Ser é destino ou minha sina,
Meu prêmio fel
Foi o azar.
Não foi preciso nem ir buscar
A notícia veio com suas próprias pernas.
O que tive foi uma entregar particular.
Sinto até agora a dor da punhalada
A verdade que foi tão rápido
Que difícil está sendo
Aceitar e degustar.
Dez dias,
Muitos sonhos
Pouca alegria.
Dez dias,
Poucas mudanças
Grandes expectativas.
Dez dias,
Dor, decepção
Poucas marcas
Muitas feridas.
Dez dias,
Doce ilusão,
O que me leva acreditar
Que a felicidade
Ainda existe?