Em meio as torres metálicas
Respiro com meio pulmão
Ares de amônia...
Em dias normais
Nas cidades “desenvolvidas”
Não vemos apenas o sol
Mas a saúde que foi perdida!
Por isso busco dos ecos
De minha infância exímia
O odor da fumaça
No churrasco de espetos de bambus
O cheiro da “bosta” de vaca
Na verde relva dos campos...
Sinto saudade
De quando em meu cavalo baio
Saia tão depressa
Que não conseguia nem respirar
Caia muitos tombos
Mas me sentia preparada
Para as armadilhas da vida...
Hoje ando sobre quatro rodas
E tenho medo de tudo....
Do acidente...
Do assaltante e da bala perdida....
E daquelas que também nos acham...
As vezes de ligar a televisão
Pois me ponho a chorar
Vejo mártires crianças
Num Rio de sangue
Famílias destruídas
Sonhos perdidos
Oh! Meu Deus!!!
Quero desse mundo desembarcar!
ACCO