PLANETA TERRA
Estou em desespero vendo tantos dissabores,
Uma atmosfera cheia de venenos me sufoca,
Pois tenho sensibilidades que jamais perdi,
Mas que agora os homens querem me tirar,
Jogando suas escórias num céu todo azul,
Que procuro limpar com lágrimas das chuvas.
Se vejo uma flor linda que está murchando,
Pela terra ressequida onde existiam matas,
Choro uma lágrima copiosa para ela não morrer,
E vejo o seu ressuscitar adquirindo suas cores,
Até que a criancinha venha colher no seu caule,
Para presentear a mamãezinha e aí me tranquilizo.
Buscam nas minhas entranhas tirar riquezas,
Sem se importarem com as consequências,
Pois ao explorarem meus combustíveis fósseis,
Deixam vácuos enormes que ficam em suspenso,
E podem movimentar assim as placas tectônicas,
Que nos deslocamentos podem provocar terremotos.
Depois me culpam pelas tragédias que acontecem,
Terremotos que tudo destroem e ceifam até vidas,
E nos eventuais abalos nas profundezas dos oceanos,
Formam tsunamis que vem com fúrias avassaladoras,
Levando tudo de roldão sem respeitar barreiras,
E no seu refluxo trazem corpos e despojos que restou.
Não tenho maldades pois assim Deus me criou,
Para ter vidas e espalhar todos meus esplendores,
O sól generoso que vai brilhando no firmamento,
O céu estrelado onde as estrelas querem brincar,
E a lua enamorada que desperta todos os amores,
E uma natureza pródiga onde existem só belezas.
No entanto querem agora duvidar de minhas formas,
Afirmar que não sou redonda e tenho até saliências,
Como se fosse uma massa inerte que podem modificar,
Mesmo sabendo das tragédias que podem provocar,
Chuvas torrenciais que tudo inundam e matam vidas,
Furacões em fúrias e tornados que só deixam restos.
06-04-2011