Os reflexos no espelho
Entre pedras largas
Excluo, escondo, do peito dores
Lágrimas sedentas de presença
O Horror aos olhos clama
Não há mais chama, meu nome não chama mais.
Veste tua seda infinda
Desliza pela alma segredos seus
Enlouquece minha calmaria
E some, como se nada houvesse deixado para trás
Ainda aguardo o ultimo ar
O suspiro, o ventar nos cabelos
Corro com medo das minhas próprias mortes
E morro nelas a cada dia mal amanhecido
Seiva de planta amarga
Qual face ei de ter?
Devo a minha culpa ao desespero
Meus pesadelos ao travesseiro
Que atravesse eu
Infindavéis noites sem sono
Astronauta do espaço vazio
Entregue ao próprio abandono.
Sufoco em dramas meus
Em inveja infinita do tempo que me rouba as horas
Dos meus passos mal calculados
Poeta desrotulado, desregulado e sem muros
Mas ainda cercada das proprias menções
Tens de mim o que quer
Quem sou eu?
Quem é você?
Reféns do próprio espelho