P'ra o teu amor.
P'ra o teu amor
adestrei meus lábios...
pronunciei palavras santas
Ao confessar-me dos pecados,
Das palavras duras e mordazes
Que entravam-se em labirintos.
sim, p'ra o teu amor
adestrei meus lábios.!
P'ra alcançar-te
adestrei meus dedos...
toquei-os n'água límpida
de fontes, das provincianas pontes
que transpassavam-se os segredos...
sim, p'ra alcançar-te
adestrei meus dedos!
P'ra ouvir-te
treinei meus ouvidos!
Saciei-me do suplicio
das vozes do silêncio...
dos suspiros das rosas
quando a tarde se isola
na longa espera d'um solstício.
Sim, p'ra ouvir-te
treinei meus ouvidos!
E a vida passa,
foi passando...
E o peso dos dias
da espera à tua vinda,
fixou-me no peito,
de tristeza refeito ainda,
um pesado muro frio de cipreste
E a vida passa,
foi passando......
Mas nunca vieste!