Solidão Velada

Escuro porão da saudade portas frias trancadas,
Arrebatar da vida para o limbo negro da solidão.
Foscas frestas úmidas cerradas  mostram dor ,
Insuportável existir diante das perdas do amor.
 

Odor ocre das uvas nas taças mal acomodadas
Velas disformes a velar  com frieza a cabeceira
Marcha fúnebre sonora,  desvendar do desamor
Sons plangentes impiedosos acordam a alma.


Nuvens cinza disformes tingidas  cor concreto 
Fechaduras emperradas empreendem os medos
Segredos guardados,   escapam  entre os dedos
 

Cenário cotidiano do caminhar sem referência
Saudades desenham lágrimas no frio silêncio
Encantos - cantos anônimos pedem clemência. 

                                                      (Ana Stoppa)
Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 02/04/2011
Reeditado em 02/04/2011
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