Solidão Velada
Escuro porão da saudade portas frias trancadas,
Arrebatar da vida para o limbo negro da solidão.
Foscas frestas úmidas cerradas mostram dor ,
Insuportável existir diante das perdas do amor.
Odor ocre das uvas nas taças mal acomodadas
Velas disformes a velar com frieza a cabeceira
Marcha fúnebre sonora, desvendar do desamor
Sons plangentes impiedosos acordam a alma.
Nuvens cinza disformes tingidas cor concreto
Fechaduras emperradas empreendem os medos
Segredos guardados, escapam entre os dedos
Cenário cotidiano do caminhar sem referência
Saudades desenham lágrimas no frio silêncio
Encantos - cantos anônimos pedem clemência.
(Ana Stoppa)