LÁGRIMAS NEGRAS
Hoje horas passam,
Coisas deixam, coisas levam;
Nessas horas se dividem,
O meu eu; tempo espaço
Nesses momentos tento,
Preencher esse meu vácuo,
Selado por dentro,
Sentindo sem sentir,
Se revelando nessas lágrimas a cair,
Secas e duras sobre o chão,
Olhos travados no relapso desse caso solidão,
Eu sem direção,
Sem mão capazes de trazer libertação,
Tudo me faz, contudo;
nem sei mais se é hora ou minuto,
Podem ser até meses,
Pois vivi muitas vezes,
Essas horas;
Sem ir lá fora;
Me afogando nestas lágrimas negras,
Revivendo a maldição da noite.