Da necessidade de não ter

Às vezes, queria não ter coração...

para não ter culpa.

Às vezes, queria não ter reflexo,

para não ter de olhar minha tristeza.

Não ter sanidade,

e fazer da minha loucura um motivo,

sem que haja necessidade de explicação.

Para que lágrimas,

se vou somente sentir o seu amargo?

Uma vida,

caracterizada de sobrevida.

Preferiria não ter vontades ou anseios,

e nem mesmo ânimo.

Não escreveria estes míseros versos,

para que você não perdesse seu tempo.

Amaria menos.

Odiaria menos.

Me preocuparia menos.

Seria... menos.

Às vezes, queria não ter coração,

para não ser humano.

Raul Galvão
Enviado por Raul Galvão em 27/03/2011
Código do texto: T2874548
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