Eu | Função Sintática | Mesma

Me olho noespelho

Me "espranto" da imagem que parece ser tanto

Lacrimejadescorrente

De uma vontade súbita de tocar.

Impossibilitada pela barreira luminosa

contínua e subjacente

No reflexo de menina-mulher chorosa

Que vive dengano e daprosa

Nessa imagem pseudo-espelhosa

de dó-ré-mi

e salgado mar.

M'engano de costas

Com minhas almas dispostas

(escondidas nolhar)

Que engano... (me despisto)

Através da penumbra penosa

(e insisto)

Neste e(x)terno maquiar.

I N E R T E na frente do |espelho|

Saudosamente ajoelho

Para contemplar o eu-mesma-de-mim

Afogo entre mágoas e pequenos bens (resquícios)

Do outro lado... enfim.

Ali, na moldura da parede, sigo

Numa fotografia resplandecente

Longe de qualquer caos aparente

Que por querer me desbotar...

De baixo sinto-me estática

Como uma metamorfose sintática

A se desaparecesperar!

Me congelo,

Me ergo mais alto,

continuo abaixo de mim.

Me enalteço

Me apreço.

Me recomeço.

Ainda assim, não me reconheço

Então, fim.

Natália Camargo Dutra
Enviado por Natália Camargo Dutra em 23/03/2011
Reeditado em 23/03/2011
Código do texto: T2865666
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.