Enquanto a música durar...


A música embala baixinho em tom gutural
Meu corpo moldado no vazio das esperas.
A vida derrama-se de meu ventre letal
Revolvendo fantasias e quimeras.


Chegue perto e sinta o eco de meu coração
Célere, com o vigor de quem vai embora,
Escapar do peito, deste peito sem emoção
Onde tudo mofa, adormece, embolora...


Hoje, esta lenta canção me acompanha
Ardendo na alma sua tristeza sem fim.
Olhos semi cerrados, como quem sonha
Que o mundo inteiro chora por mim.


-Helena Frontini-