O fim e as flores

Sem formas, sem sons,

Só o gemido mudo da alma dilacerada.

Assim caminha o poeta

Sem sombras, sem sobras, sem nada.

Sangra o peito e chora, ó alma sem paz e nem alento

Chora, pois vieste fora de tempo

Amor que assim se ignora.

Foste como vieste ,

Na noite escura e sombria

E sem que pudesse eu alentar ,

Minha alma ficou vazia.

Corpo só, ferido e andante

Farrapo de nada , sem alma

Miserável criatura vazia

Sem acalanto e sem calma.

Frias flores lhe ornam a face

Nesta triste urna sombria

Tens , no fim oque lhe faltou

Por toda tua vida vazia.

A terra por companheira, o silêncio por primazia.

Tens a paz que enfim buscaste

Por toda uma eternidade

Ainda que agonize no peito

A triste dor da saudade.

JAlmeida
Enviado por JAlmeida em 19/03/2011
Código do texto: T2858256
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.