Sertão

No sertão em uma casa pobre

Construída com bambú e argila

Uma mãe pobre, porém espírito nobre

E uma criança magra com lombrigas

O único alimento é o cacto

O pai sumiu, pôs o pé na estrada

Seu filho menosprezado

Mãe solteira, abandonada

A criança totalmente desnutrida

Cacto não consegue comer

Roupas? Apenas uma velha camisa

Pobre criança não consegue entender

Condições subumanas,

Olhe só veja você

Você que de barriga cheia reclama

Não sabe o quanto é duro não ter o que comer

Ver uma criança delirando de fome

Que mal tem forças para ficar de pé

Em papel nunca foi documentado um nome

Mas a mãe o chama de José

Passa maior parte do tempo deitada

Se tivesse forças para brincar, brincaria

Porém pela desnutrição, está debilitada

Pobre criança, tem a pele amarelada pela anemia

Um olhar triste e vazio

Sua mãe chora todos os dias

Para ajudar não há um vizinho,

E quando surge ajuda, quem diria

Difícil de acreditar...

Que o pequeno José nos braços de sua mãe

De fome morreria.

Marcelo Pires
Enviado por Marcelo Pires em 18/03/2011
Reeditado em 18/03/2011
Código do texto: T2854921
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