Sertão
No sertão em uma casa pobre
Construída com bambú e argila
Uma mãe pobre, porém espírito nobre
E uma criança magra com lombrigas
O único alimento é o cacto
O pai sumiu, pôs o pé na estrada
Seu filho menosprezado
Mãe solteira, abandonada
A criança totalmente desnutrida
Cacto não consegue comer
Roupas? Apenas uma velha camisa
Pobre criança não consegue entender
Condições subumanas,
Olhe só veja você
Você que de barriga cheia reclama
Não sabe o quanto é duro não ter o que comer
Ver uma criança delirando de fome
Que mal tem forças para ficar de pé
Em papel nunca foi documentado um nome
Mas a mãe o chama de José
Passa maior parte do tempo deitada
Se tivesse forças para brincar, brincaria
Porém pela desnutrição, está debilitada
Pobre criança, tem a pele amarelada pela anemia
Um olhar triste e vazio
Sua mãe chora todos os dias
Para ajudar não há um vizinho,
E quando surge ajuda, quem diria
Difícil de acreditar...
Que o pequeno José nos braços de sua mãe
De fome morreria.