Inglória luta

O sono foge na fria madrugada

os olhos, pela penumbra poupados,

não mais estranham a lágrima velada

Como não estariam habituados

à dor, companheira inclemente,

que se impõe, senhora insolente,

levando a paz tão desejada?

Não tem no marido o companheiro

para com ela dividir a preocupação

com o filho difícil, arruaceiro,

bastardo que anda sem direção

Presa fácil de todo o mal

fez da vida uma aventura fatal

e do caminho, um atoleiro

Já é manhã, a luz invade

o coração quando ela escuta

passos pesados, lugubridade

parcial vitória na inglória luta

A gratidão vê-se na prece

no olhar que a tudo enternece

no peito, um sopro de tranquilidade

Crisálida (Ângela Mendes)
Enviado por Crisálida (Ângela Mendes) em 17/03/2011
Código do texto: T2854033
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