Inglória luta
O sono foge na fria madrugada
os olhos, pela penumbra poupados,
não mais estranham a lágrima velada
Como não estariam habituados
à dor, companheira inclemente,
que se impõe, senhora insolente,
levando a paz tão desejada?
Não tem no marido o companheiro
para com ela dividir a preocupação
com o filho difícil, arruaceiro,
bastardo que anda sem direção
Presa fácil de todo o mal
fez da vida uma aventura fatal
e do caminho, um atoleiro
Já é manhã, a luz invade
o coração quando ela escuta
passos pesados, lugubridade
parcial vitória na inglória luta
A gratidão vê-se na prece
no olhar que a tudo enternece
no peito, um sopro de tranquilidade