Fisgado
A vida me fisgou pela traqueia
sangrento, me debato igual a um peixe
e não me vêm a maldita da idéia
que tire o anzol da boca e que me deixe
Livre para raciocinar livremente
mas falei dos tabus bem guardados
eu mostrei as portas aos algemados
falei a verdade daquele que mente
Por esta razão somente é que fui fisgado
por não seguir os gastos rastros do gado
deixar que minha mente fosse fértil e clara
oussei tentar ver as janelas que nos separa
Além da janela, o nada que eu via, que sempre foi e que já era
era nada mais do que porta da frente de um longuissimo Além
mas com um muito maior desespero, uma tão gigantesca cratera
um buraco com menos luz que aquela que os buracos negros tem
Lá estava a lata de lixo de todos os seres que nos comandavam
os cadaveres temiam o fim imaterial para onde nos mandavam
tremiam de medo, temendo eles possibilidade eminente de dor
mais eu que, em vida, a-conheci bem, fui sem o mesmo tremor
Do outro lado, que surpresa mais que inesperada
tú estavas lá tambêm sofrendo tudo, dizendo nada
naquele seco quebrar da constantissima chibatada
foi nesta hora apenas que me quebrantei, numa dor pura
Se confundiu então, o meu montruoso capataz
tentando entender meu choro mas não foi capaz
minhas costas eram lizas, a carne estava em paz
mas cada lagrima tua doia mais do que qualquer tortura!