Lamaçal

Vida a velar gélido silêncio das paredes mudas,
Alma triste, minada centenas de portas cerradas.
Braços, abraços, deteriorados - imensidão da dor,
Socorro inexistente, sonhos desfeitos, desilusão.

Perdido transita o ser no lamaçal - indiferença.
Escuro abismo desvelado interesse -  descrença.
Abutres revoam sedentos a zombar do esquife,
Melancolia infiltra destemida o âmago do ser.

Extremos pontiagudos pontilham vida obscura,
Desconexo pensar desalinha - frágil equilíbrio.
Asco, receio diante do descaso ultraje frenético.

Labirinto amargo provado -  trevas soturnas.
Reveladas ao cair de todas máscaras horrendas.
Desamor paredes mudas  opressão -  solidão...
                                                    
Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 16/03/2011
Reeditado em 19/03/2011
Código do texto: T2850911
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