Máquina
Eu não queria ter sentimentos,
Apenas ver sem me tocar a alma,
De tal forma a qual não me traria sofrimentos
E a euforia, o orgasmo da criação, me pareceria calma.
Eu não precisaria me anestesiar,
Eu não necessitaria morrer nem matar,
Eu não exigiria mais nada da vida...
Como uma passagem de volta... Só de ida.
A solidão já não me seria problema,
A felicidade já não me gargalharia à toa,
E eu poderia me relacionar sem algema,
E viver uma vida que não enjoa.
Então eu não almejaria nenhum emblema,
Então eu saberia mesmo como a vida me entoa,
Então eu poderia lhe declamar um poema,
E saber na prática como é que se voa.