Seco é o pranto

Lágrimas não descem pela face

a dor profunda que se instala

nao permite expressar o pesar

mesmo porque a dor nao fala

emudece,

frio gélido a matar

a visivel emoçao.

Garra que aperta o peito,

entre gemidos e ais

sufoca o grito, cala toda voz

vazio na alma, estamos sós.

Palavras são inúteis, agora

nenhum gesto nos resta

sabor amargo de nunca mais.

Foram-se os bravos guerreiros,

tombaram

ceifados na luta feroz,

por eles cantem o réquiem

os dignos que ainda ficaram

sobreviventes sofridos

herois sem rosto, para nós.

Cegos tutelados nada sabem

sequer vão prantear quem se foi;

serão as lagrimas do orvalho:

sua homenagem;

terá o silencio por despedida,

em oração.

Neste mundo, lápides mortas

de que valem tantas inscrições?

Secos os olhares, entristecidos

não há lamentos, nem gemidos

silentes os doridos corações:

mantem a espada em riste

seguem a luta guerreiros tristes

honrando quem tombou em suas missoes.

Por cada estrela tombada na terra

nos céus surge um nítido brilho

eleva pois, teus olhos de lagrimas secos

entoa com alma uma prece

pela vida que se doou pela tua

sem que ao menos soubesses: agradece!

São muitos os anjos sem rosto

velando pelo homem adormecido

são muitos guardiões que se unem

em nome do amor são ungidos.

Se teu pranto nao vertes

silencia,

ouve, emudece

ante o canto dos anjos em prece!