De repente
De repente
Da intensidade fizeste a ausência
E das faltas foste a mais sentida.
Da tristeza formaste a alegria
E dos sorrisos nos levaste às lágrimas.
De repente , tão só e de repente
Do branco geraste o luto
E um medo tão forte e absoluto, que consumiste, em tuas entranhas nossas vidas, nossas artes.
De mãos entrelaçadas fizeste o aceno, o adeus
E de beijos apaixonados, soluços intermináveis.
Não mais que de repente
Em segundos transformaste uma vida
E uma vida, condenaste ao abandono.
De repente, não mais que de repente.