Silêncio
Que dizer ao poeta
Quando das mãos lhe escapa o ultimo verso
E da mente entorpecida se esvai a palavra, a rima insemântica que se lhe derrama a alma.
Que dizer ao poeta
Se das pétalas ruíram as flores
E de sua vida errante , boemias insensatas e errantes amores.
Perderam-se nas areias do tempo sem lembrança, sem saudades,
Que dizer ao poeta das noites
Se do luar tomou-lhe forma às sombras
E da voz de antigos saraus enamorados
O negro silencio com suas horrendas dores.
Que dizer ao poeta dos amores
Que um dia deveras teve e que hoje , jaz caído ao vento
Não mais versos, não mais amores.
Que dizer ao poeta.