APARECE E SOME
Apareceu...
Tão distante do que antes havia chegado tão perto
Ao longe entre espinhos e petalas
E essas outras tantas flores que plantei
Salta um grito que sempre contive
Engolindo os sonhos que hoje abraço
Sua face hostil que peregrina por meu rosto alarde
Temo impias falanges que se acomodam
Molda-se obras quiças jamais esqueceria
E some....
Vindo de um berço sujo
Caminhando na direção contraria do que antes havia cogitado
E tu serás a gloria sangrando
Pela alvorada dos seres
Que hoje me calam e me consternam
Meus olhos não te enxergam mais como antes
Meus ouvidos não correspondem mais instintivamente a sua voz
Me acompanho da lastima que hoje se aconchega
Me toma o espaço antes ocupado
E que agora transborda o vazio
Você como açucar no leite
Não a vejo mas a sinto
E isso me pertuba
Querendo ver alem do que esta ali, escancarado, hiante, exposto
Os traços, a pele, a aurea
Aparece vez em quando
E some vez em sempre