APARECE E SOME

Apareceu...

Tão distante do que antes havia chegado tão perto

Ao longe entre espinhos e petalas

E essas outras tantas flores que plantei

Salta um grito que sempre contive

Engolindo os sonhos que hoje abraço

Sua face hostil que peregrina por meu rosto alarde

Temo impias falanges que se acomodam

Molda-se obras quiças jamais esqueceria

E some....

Vindo de um berço sujo

Caminhando na direção contraria do que antes havia cogitado

E tu serás a gloria sangrando

Pela alvorada dos seres

Que hoje me calam e me consternam

Meus olhos não te enxergam mais como antes

Meus ouvidos não correspondem mais instintivamente a sua voz

Me acompanho da lastima que hoje se aconchega

Me toma o espaço antes ocupado

E que agora transborda o vazio

Você como açucar no leite

Não a vejo mas a sinto

E isso me pertuba

Querendo ver alem do que esta ali, escancarado, hiante, exposto

Os traços, a pele, a aurea

Aparece vez em quando

E some vez em sempre

Eder Marçal
Enviado por Eder Marçal em 06/03/2011
Código do texto: T2831171
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