:::A Pena:::
É doce e sombria
Soturna melancolia
Que faz escuridão
Névoa interior
Onde mora um coração;
Leve-me por onde for
Minh’alva inspiração!
A poetisa em seu ninho
Fica feito passarinho
Que se recusa a voar
Não por medo de altura
Por medo de acordar
E ver que por loucura
Desaprendeu a voar
Ali em um galho no frio
Num versejar tão sutil
Fica esperando a aurora
Dorme, poetisa, serena
Silencioso verso que chora
De fino roubaram-lhe uma pena
E sem piedade, foram embora!