:::A Pena:::

É doce e sombria

Soturna melancolia

Que faz escuridão

Névoa interior

Onde mora um coração;

Leve-me por onde for

Minh’alva inspiração!

A poetisa em seu ninho

Fica feito passarinho

Que se recusa a voar

Não por medo de altura

Por medo de acordar

E ver que por loucura

Desaprendeu a voar

Ali em um galho no frio

Num versejar tão sutil

Fica esperando a aurora

Dorme, poetisa, serena

Silencioso verso que chora

De fino roubaram-lhe uma pena

E sem piedade, foram embora!

Ana Luisa Ricardo
Enviado por Ana Luisa Ricardo em 04/03/2011
Código do texto: T2828981