Já perdi a conta
Do que cabe nestes esquecimentos
 
O que sou e o que fui
Tudo padecer de um mesmo fim
O que quero e o que não quero
Ou o que nem posso
O que tenho é tudo que não tenho
Vontade de me esquecer de mim
 
Não sou mais este nome
(Que nome você me dá agora?)
Nem sou aquelas palavras
Não sou poema nem poesia
Não sou mais aqueles sonhos
Que um dia sonhou em mim
Nem ao menos sou aquele olhar
que via beleza para enfeitar
as horas dos seus dias
o silêncio de suas noites
sua vontade de viver
 
Não sou nem aquele verso
No universo lírico que fiz
Só para adornar seus silêncios
Muito menos sou a saudade
Que buscava em você a saudade
O motivo de haver saudade em nós
Não sou amor, nenhum amor
Qualquer amor, não sou aquele amor
Que você deixou num canto
Para existir pela metade
 
Sou toda a lágrima derramada
Que inunda toda essa solidão
Mas que não salva nada...

"O que já não somos não pomos mais na conta"
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 04/03/2011
Reeditado em 29/07/2021
Código do texto: T2828715
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