Depressão

"Eu amo-te, minha fiel companheira;

Vem ao meu encontro, sempre, leve;

Sempre mansa, lenta e fria como a neve;

Você me conforta e me seca como uma caveira;

E quando chegas, á noite ou durante o dia;

De tanta tristeza, sinto uma vaga alegria;

E você dá-me sono, e faz-me sonhar...

Junto com a morte, fico em um altar;

E vai rasgando os meus segundos

Sugando minhas poucas esperanças

Quando menos espero, estou em seus braços

Soluçando em lágrimas e ânsias;

Durante um breve instante sofro um delírio;

Rapidamente você esta me convidando;

A um lado extremo.... ao suicídio...

Encantado pelo horror e embalado pelo martírio;

Penso em cortar minha carne ou fazer uma trepanação

A matéria tenta, os braços movimentam-se

em repulsão

Mas o cérebro, ergue-se contra;

Uma vez mais os meus desejos de morte frustra;

Adiando por mais algum tempo o inevitável...

A morte de um ser fraco, doente e imprestável".