A dor envelhecida.

A dor comprimi-me a alma

entre o abdome e o pescoço,

míngua morrendo no amago

do corpo,

gélida, petrifica

o gelo dos ossos.

Ali, encolhesse e doe.

da seca garganta soturna

saem sons sem sentidos

grunhidos,

e doem.

Dos olhos pulam suplicantes pupilas

lacrimosas,

prescrutam o escuro,

a cura

buscam uma miragem,

sene segas seguem

e doem.

A envelhecida dor

puxa-me para dentro

e foge-me a luz,

pesa-me a cruz,

todo o meu ser se reduz

na insigne dor humana,

oh, que demônio

é esse

que apreça-se a abraçar-me

nas horas em que percorro o vazio

de mim!

E doem, doem.

Tomb
Enviado por Tomb em 02/03/2011
Código do texto: T2825025
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