Sei lá, bateu uma deprê agora.
Sei lá, bateu uma deprê agora.
Eu nem tomei meu calmante ainda. Meu calmante seria o prazer de escrever.
As pessoas querem que eu seja algo e eu não posso ser.
Queria ter asas para voar... Voaria longe fora do alcance de todas as ferramentas do mal.
Talvez eu seja uma ferramenta, talvez tenha que ficar longe de mim.
Escorrem as lágrimas mal adaptadas de uma vida com pouco esforço. Nem tenho vontade mais de levantar.
Eu sou um deficiente sem deficiência. Se eu tivesse uma deficiência, seria a incomodação da falta de movimentação.
Nem tenho mais vontade de procurar a movimentação de novos abraços.
Optei por ficar quieto trancado em quatro paredes, pois sempre corri e tropecei em chãos mal feitos.
Estou todo ralado, ainda tem a marca de cicatrizes que nunca se apagaram.
“Quem bate sempre esquece, mas quem apanha não!”
Meu choro nem tem mais soluço de tão desgastante que esta.
É desgastante ficar numa viajem aonde você não sabe quando será o fim. Por isso não embarco mais, desfiz minhas malas, tirei meu cobertor para ficar aquecido pelo frio que atinge minha mente.
Sou coberto pelo aquecimento, suplica uma alma degenerada pela uma esperança descartada pelas ruínas.
O que adianta ir atrás do amor sendo que ele foge de mim? Estamos brincando de esconde-esconde, nunca o acho. Esconde-se tão bem da minha pessoa.
Já fiz uma carta para ele dizendo que não estou mais brincando, apenas quero conversar. Quem sabe assim a gente se entende... Mas não aparece. Desaparece a esperança de um sonho de criança: “Amar e ser amado!”.
Desconforto que sinto meu peito rasgar.
Parece que não pertenço a mais nenhum sexo, pois não tenho vontade mais de me envolver. Aborreceu o cérebro que tinha seu equilíbrio como ponto forte.
Hoje meu forte é deitar – deito para o tempo passar.
Como demora!
Elaboro algo, mas nada dá certo. Consiste o incerto novamente.
Então abri meus braços e entreguei ao céu.
Nada posso fazer – ainda não para de chover.