Inefável.
Inefável.
Sorrisinho no canto da boca é fácil com luva de pelica.
Difícil é pegar um temporal sem guarda-chuva.
Difícil é se alimentar por angústias importunas.
Inefável é a dor de estômago que sinto de tanto tomar café.
A cafeína me ajuda a passar o tempo e a superar a fome de esperança,
Mas deixam meus dentes amarelos.
Que esperança eu teria sendo que do meu céu cai apenas chuva? Nenhuma.
Estou plantado atrás de mágoas pesquisando respostas do além.
O que o além reserva para mim? Além de chuvas e enchentes? Poças?
Engulo minhas salivas para não cometer blasfêmia. Engasguei e saíram.
Dê-me uma tolha porque estou cheio de suar de tanto correr numa maratona sem quilômetros para parar.
Estou num desconforto emocional. Nem sei se tenho mais cabeça. Talvez eu tenha perdido por alguma estrada longa em que passei. Talvez os urubus tenham comido meu miolo.
Meu macro seria correr tantos quilômetros sem ao menos um chinelo nos pés.
Meus pés estão encardidos, minha boca seca, me dê água? Preciso de uma água para purificar-me. Para que possa ter novamente o equilíbrio de viver.
Minhas canelas finas não aguentam o desconforto de um asfalto mal pavimentado.
Eu espero a mudança total – espero alguém dizer que me ama.
Espero a vida me dizer que me ama.
Para os psiquiatras, eu sou apenas um desequilibrado emocional.
E para a vida, eu sou um careta tradicional.
Renato F.Marques.
Inefável.
Sorrisinho no canto da boca é fácil com luva de pelica.
Difícil é pegar um temporal sem guarda-chuva.
Difícil é se alimentar por angústias importunas.
Inefável é a dor de estômago que sinto de tanto tomar café.
A cafeína me ajuda a passar o tempo e a superar a fome de esperança,
Mas deixam meus dentes amarelos.
Que esperança eu teria sendo que do meu céu cai apenas chuva? Nenhuma.
Estou plantado atrás de mágoas pesquisando respostas do além.
O que o além reserva para mim? Além de chuvas e enchentes? Poças?
Engulo minhas salivas para não cometer blasfêmia. Engasguei e saíram.
Dê-me uma tolha porque estou cheio de suar de tanto correr numa maratona sem quilômetros para parar.
Estou num desconforto emocional. Nem sei se tenho mais cabeça. Talvez eu tenha perdido por alguma estrada longa em que passei. Talvez os urubus tenham comido meu miolo.
Meu macro seria correr tantos quilômetros sem ao menos um chinelo nos pés.
Meus pés estão encardidos, minha boca seca, me dê água? Preciso de uma água para purificar-me. Para que possa ter novamente o equilíbrio de viver.
Minhas canelas finas não aguentam o desconforto de um asfalto mal pavimentado.
Eu espero a mudança total – espero alguém dizer que me ama.
Espero a vida me dizer que me ama.
Para os psiquiatras, eu sou apenas um desequilibrado emocional.
E para a vida, eu sou um careta tradicional.
Renato F.Marques.