Nem estou tão feliz quanto antes.
Nem estou tão feliz quanto antes.
Nem estou tão feliz quanto antes.
Peguei um avião e atravessei as fronteiras dos sonhos
Que balela eu sou ao cair em uma ilusão aonde o escuro é evidente.
Que evidência deixaria? Deixaria as lágrimas para quem sabe alguém beber dessa água.
Beber dessa fonte que entristece e não juvenesce.
Nem estou mais simpático como antes, pois não dou risada à toa.
Guardo meu sorriso em uma bolsa, junto com a esperança sei lá de que.
Perdi a motivação que me dominava e me fazia sonhar.
Eu era tolo, pensava que os sonhos usariam a metamorfose e virariam realidade.
Como é possível a pessoa ser tão tola?
Choro eu a angústia que prevalece numa noite mal dormida, num dia ruim de tensão, numa rotina aonde a bagagem foi extraditada.
Nem sei para onde foi junto meu sorriso e esperança. Perdi então pelos escândalos e cantos de um avião populoso.
A sub-lotação fez-me esquecer até da minha sombra. Esqueci do meu passado, esqueci do futuro...
De que mais esquecerei? Sendo que já perdi o prazer.
Perdi o prazer então: de chorar, de orar, de lamentar, de pedir, de gritar, de andar, de falar, de ouvir e ser ouvido, de viajar. Perdi a linha da pipa. Meu carretel quebrou-se...
Estou voando sem saber aonde irei cair.
Ninguém me apara, estou descendo lentamente,
Não sei se irei cair numa casa, rua, avenida, viaduto, ou ponte...
Só sei que nesse vento estou desmanchando, rasgando aos poucos.
Meu cabelo todo embaraçado...
Estou sem roupas, camiseta toda estropiada, meu chinelo todo encardido, minha calça desbotada...
Nessa canseira estou só o pó da rabiola.
Meus argumentos nem são efetivos como os de antigamente, minha mente derreteu-se com a velocidade do vento.
Eis que então peço ajuda. Uma moedinha, por favor?
Ajuda-me a passar pela desgraceira. Engraxo seus sapatos e ilustro sua vida.
Renato F.Marques.