Ode ao amor escarnecido
Onde,onde, onde ficou perdido
tanto amor que teu amor me trazia?...
Louca só cuidei do que me comprazia,
e desfiz em poeira as estrêlas que me davas!
Caminhei sonambulante sobre o peito nu que me abrias,
insensata, ausente ao que me oferecias.
Menina, brinquei mil fantasias,
deixei-te a alma dolorida e só...
Mereço morte assim de madrugada
a arrastar-me em vão pela cidade
pois, ao que tinha eu neguei valor.
Mas, se um dia, acaso, eu tiver perdão
por tanta dor que te causei, insana!
Hei de doar-te inteiro o coração
para fazer-te travesseiro em tua cama!...
Helena de Santa Rosa
Niterói, 22 de fevereiro de 2011
20:57