Mar naufragado

É tudo tão complexo...

(Uma compreensão a atropelar o surreal...)

O mundo é desconexo

Em se tratando da magia cardeal.

Venço algum receio cuja fonte desconheço

A galopar por logradouros dos quais sempre me esqueço

Ainda assim, um pingo desta terra — meu bom sangue —

Há de responder às normas do passado conflitante.

Lembro-me de quem eu sou,

As mãos aos olhos, à sacada,

Sem jamais ter sido alguém.

Decifro o mapear em que estou:

Mar naufragado às escadas

Compassadas ao fulgor da ambigüidade que me tem.

Dessarte, a fome — espada — o fizera

Ao coração, à ilusão do emaranhado

De sentidos e aparências — molde a lascas de madeira

Rebuscado às florestas do passado emparelhado.