MARCAS
MARCAS
Nas profundezas do meu eu,
povoam diversos fantasmas cativos,
acorrentados nos fundos abismos,
dos tempos passados...
E nas cicatrizes dos cortes doloridos
brota o sangue, reabrem feridas,
que pensei, já não mais existissem...
E no último deles,
no fundo do seu abissal olhar,
estou eu, só e sofrido...
E todos, como se em prece pedissem,
clamam o esquecer, o libertar...
Dentro de mim, as suas correntes,
se arrastam barulhentas e pesadas;
e ecoando no assoalho frágil,
da minha calma,
me fazem mais triste e carente
e me apontam, desapiedados,
quantas marcas, me marcam min'alma...