MARCAS

MARCAS

Nas profundezas do meu eu,

povoam diversos fantasmas cativos,

acorrentados nos fundos abismos,

dos tempos passados...

E nas cicatrizes dos cortes doloridos

brota o sangue, reabrem feridas,

que pensei, já não mais existissem...

E no último deles,

no fundo do seu abissal olhar,

estou eu, só e sofrido...

E todos, como se em prece pedissem,

clamam o esquecer, o libertar...

Dentro de mim, as suas correntes,

se arrastam barulhentas e pesadas;

e ecoando no assoalho frágil,

da minha calma,

me fazem mais triste e carente

e me apontam, desapiedados,

quantas marcas, me marcam min'alma...

Sergio Pantoja
Enviado por Sergio Pantoja em 19/02/2011
Código do texto: T2801086
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