Dor profunda

O pensamento distante
O mal eminente
A fuga constante
O medo ausente

A alma esquiva
O corpo condena
A fúria retrata
Desnuda a cena

Diante de mim
A carne castiga
O mal dilacerante
Comprime o ser

Dolorosa paixão
Penoso querer
Gotas de água brotam
A face fria serve de leito

A boca o sal termina
Dor corroeu o peito
Com mãos de piedade
Busca o ser ausente

Decifra-me saudade
Surpreende o vazio demente
Alma castigada, sofre
Deseja alienado ser

A maldade insistente destrói
Qualquer possibilidade de ver
Deseja então ser a cura
Mas insistente é mal sem saber!




Cláudia Aparecida Franco de Oliveira
Recreio dos Bandeirantes
Rio de Janeiro