Ocaso
Mentes em desalinho
amores dispersos
cinzas de outrora
finjo viver azul
e tu que és flor
lá fora os escárnios
o cupido ri
da armação tardia
sobre as almas gêmeas
desajustadas
Medo jorrando pelos poros
a incerteza agonia
a inquietude inunda
corpos macerados
Vultos sorriem nas sombras
tristes destinos
O sol faísca no poente
estrelas engolidas
por plúmbeas nuvens
Vidas...vidas...
Não se ouvem os cantos
das sereias
nem de pássaros
ou o ribombar
das ondas escandalosas
sobre inóspitos rochedos
Sonhos inatingíveis
tomo as tuas em minhas mãos
talvez em outra vida, amor?
Lágrimas cobrem retinas
escasseia a luz
mudez
silêncio
quebrado pelo baquear
de sonhos vãos.