A roda da vida

O tempo

escorre entre os dedos

de uma das mãos

a outra

segura o coração

aperta o peito

e tenta conter a dor

O Cravo

não mandou verso

nem prosa

se quer

brigou com Rosa

que de tristeza feriu-se

no seu próprio espinho

e fenecida

jaz no chão

As palavras caídas

como as folhas sob as árvores

vão ficando

também pelo caminho

e já não há mas

a tal doce ilusão

Chora Margarida

chora José

chora João

A criança sorri

e faz

a roda da vida girar

força motriz

impulsionando

os moinhos de vento

que levam os pensamentos

como pássaros em revoada

para outro lugar

Kellen Cristine
Enviado por Kellen Cristine em 17/02/2011
Código do texto: T2798025
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