A roda da vida
O tempo
escorre entre os dedos
de uma das mãos
a outra
segura o coração
aperta o peito
e tenta conter a dor
O Cravo
não mandou verso
nem prosa
se quer
brigou com Rosa
que de tristeza feriu-se
no seu próprio espinho
e fenecida
jaz no chão
As palavras caídas
como as folhas sob as árvores
vão ficando
também pelo caminho
e já não há mas
a tal doce ilusão
Chora Margarida
chora José
chora João
A criança sorri
e faz
a roda da vida girar
força motriz
impulsionando
os moinhos de vento
que levam os pensamentos
como pássaros em revoada
para outro lugar