Marca da Infância.

Marca da Infância.

A cicatriz se secou, mas ainda há a marca.

A mágoa de uma criança desamparada pelas lágrimas,

Fui rejeitado por uns ordinários que me deram desgosto na vida.

Tudo porque tinha sobrenome diferente, só porque não era do mesmo berço.

Muitas vezes deixei de ganhar certos beijos, abraços, carinhos e presentes.

Tantas vezes eu vi darem presente escondido de mim e eu plantava em lágrimas.

Final de não, era a pior época, pois eu não ganhava nada. Eu era apenas uma criança.

O que passei poucos passaram e tantas noites mal dormidas, não tinha sono.

Meu corpo não deixa dormir, ardendo de tanto apanhar só porque eu quebrei um brinquedo. E foi sem querer, eu era apenas criança e na minha herança ganhei quarenta e oito hematomas.

Tantas vezes sem comer, tantas vezes tomava água com açúcar para suprir a necessidade de uma barriga faminta pedindo arrego.

Tantas vezes coloquei o prato na mesa, os talheres e via o vazio.

Tantas vezes pensei que não iria resistir, pois o meu corpo não agüentava, você sabe o que é sentir um abandono? Não, então engula essa e dê valor à sua vida, playboy mal resumido.

Vocês nem sabem o que é história de vida, vocês nem sabem o que é vida. Eu era apenas uma criança.

Vocês não sabem o que é dormir sem saber se no outro dia terá outro canto para repousar.

Hoje eu cresci, tenho filhos e para meus filhos eu deixo algo que nunca consegui. Deixo amor, carinho e muito mais que isso; algo que o dinheiro nunca poderá dar: estudo, conhecimento e sabedoria.

Hoje estão engolindo minhas lágrimas. Tenho um filho médico e um escritor/poeta e futuro engenheiro civil.

Conquistei algo que qualquer pessoa bem material gostaria que seus filhos fossem. Meu passado pode ter sido sombrio, mas a vida deu volta e o sol raiou.

Esse sentimento exposto aqui é de um pai de família, alguém que correu muito, sentiu várias cãibras.

Eu digo que quem bate esquece, mas quem apanha não. Uma cicatriz nunca vai sumir.

Mas nessa vida pífia e cruel, tiro uma conclusão: a roda gigante deu a volta e como deu.

Essa história de vida é um fato real, é verídico. Isso é para te sensibilizar e dar valor no plantio que você come, não cuspa nele. Não seja hipócrita.

Essa história pertence ao meu pai, meu herói. Eu sei o que ele passou e ainda sente, sei de que essa dor e incurável, lamentável. A circunstância da vida nos transmite e nos faz passar. Dê valor à sua vida, seja humilde e não esqueça dos pequenos. Um pequeno pode virar um gigante.

Não deixe o sonho morrer, não deixe a vida te desanimar, tanta desilusão, tanta insensatez de vida, tanta desestrutura emocional e familiar. Muitos choros de uma vela que não se apaga. Um fogo ardente que queima internamente,

Agora reflitam e vejam que a vida não se torna apenas em seu redor, no seu mundinho de merda.

Isso que é uma história; o resto é conto.

Renato F.Marques.

Renato F Marques
Enviado por Renato F Marques em 15/02/2011
Código do texto: T2793321
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