AMOR SEM FIM
Não
Não há como em teu arrebol intelectuais comentários
E assim sendo em tua seara não passo de imbecil plebeu
Não tenho em tua fortaleza um cômodo como guarita
E nem minha ferida agora aberta tem um simples ungüento
Não
Não há em teu ciclo de virtuosos e magistrais elementos
Um átomo de espaço para minha inútil imbecilidade
Que talvez por ser assim imbecil não use de disfarces
Mas há quem (diz) farsa como arma á desarmar
E no desamor disfarce o que não se contamina
Não
Não há em mim um único resquício de dúvidas
E em meu ‘Eu’ nada que seja forjado ou ignorado
Talvez só um real querer que se tornou em sonho
Por conta de tão diferentes viveres e pensares
E eu pensei ser plenamente possível tal união
Não
Não há em teu ciclo espaço para meu real sentimento
Apenas respingos de um querer que nunca me quis
E talvez seja mesmo o meio que domine teu “EU”
Sabendo agora que nunca seria mesmo algo “MEU”
Algo plenamente e entrelaçadamente “MEU”
E sim o prelúdio do encontro de um dia
Não
Não há em mim disfarce ou hipocrisia
Apenas um amor que se alimenta ainda de ti
Sem planos ou projetos de por si se acabar
São apenas sentimentos que naturalmente nutro
Em meu ser que só aprendeu a lhe amar...