Castelo de vidro
Eis que tenho um castelo
No meio do campo, no meio do nada...
Com odor de terra molhada e feito de vidro
Um vidro vazio, frio e diáfano
Sem essência, escuro e disforme
Que não faz questão de estar ali
Que se parece comigo
Que completa o meu declínio e solidão
Que não sente e não tem coração
Eu que vivo nesse castelo sozinho
A lamúriar com as paredes
Apenas a esperar ser digno de amar...