Aonde está Deus nesse momento!
Num lapso da mente, vagante
a lua minguante em mim chegou
recolhendo de meus olhos perdidos
que não mais percebem o rosto do céu,
transformando-se num véu de incertezas,
deformando o meu semblante
sem sonhos, sem ilusões,
onde apenas grandes equações
ficaram por decifrar.
Vi teu vulto desaparecer
e de mim desapegar numa estrada de nada.
A poeira, barreira pro meu olhar te procurar
mesmo que distante... Muito mais a se distanciar.
Um hospício, um vício... Sei lá!
Meus olhos apedrejados do desencanto
sucumbem em lágrimas
e numa única pétala de flor
eternizada para não se cegarem
ao clamarem por ti; - Amor!
Enfiei-me em mim mesma a trabalhar o desapego,
mas esquartejada, ensanguentada,
nem mesmo senti a dor de um corpo
ou de grande picote grampeado ao passado
que me transformou no que sou:
- Um céu sem estrelas, um santo sem altar,
um ser retalhado esfarrapado
que precisa se refazer,
olhar novamente e ver o rosto do céu sem véu,
sem dor de amor.
Preciso voltar a ser Lua Cheia,
com tudo, perdi a lição da fé!
Já nem sei o que é pecado
procurando o que só em meu coração pode estar.
Guiando-me no ermo de um mundo obscuro
que criei dentro do meu perdido olhar,
encolho-me aturdida, dopada da esgrima
que veio me ceifar.
Ainda assim, sofrida fico a procurar...
Mas Deus! Onde Está?
Edna Fialho
Num lapso da mente, vagante
a lua minguante em mim chegou
recolhendo de meus olhos perdidos
que não mais percebem o rosto do céu,
transformando-se num véu de incertezas,
deformando o meu semblante
sem sonhos, sem ilusões,
onde apenas grandes equações
ficaram por decifrar.
Vi teu vulto desaparecer
e de mim desapegar numa estrada de nada.
A poeira, barreira pro meu olhar te procurar
mesmo que distante... Muito mais a se distanciar.
Um hospício, um vício... Sei lá!
Meus olhos apedrejados do desencanto
sucumbem em lágrimas
e numa única pétala de flor
eternizada para não se cegarem
ao clamarem por ti; - Amor!
Enfiei-me em mim mesma a trabalhar o desapego,
mas esquartejada, ensanguentada,
nem mesmo senti a dor de um corpo
ou de grande picote grampeado ao passado
que me transformou no que sou:
- Um céu sem estrelas, um santo sem altar,
um ser retalhado esfarrapado
que precisa se refazer,
olhar novamente e ver o rosto do céu sem véu,
sem dor de amor.
Preciso voltar a ser Lua Cheia,
com tudo, perdi a lição da fé!
Já nem sei o que é pecado
procurando o que só em meu coração pode estar.
Guiando-me no ermo de um mundo obscuro
que criei dentro do meu perdido olhar,
encolho-me aturdida, dopada da esgrima
que veio me ceifar.
Ainda assim, sofrida fico a procurar...
Mas Deus! Onde Está?
Edna Fialho