Casa
Triste de ver,
a máquina do Homem
derrubar a velha casa
e soterrar as memórias que lá viviam.
Ali, um choro. Aqui, um riso;
no quarto, um desejo,
na mesa, um gosto
e no espelho, o que foi um rosto.
Na sala, uma festa. Na janela, uma fresta.
Na porta, um adeus,
uma partida à revelia;
uma dura agonia
e uma e outra fantasia...
Telhas caídas
sobre vidas esquecidas.