O público não sabe...
Nunca sabe...
Nem imagina...
As dores...
Disfarçadas em riso
Um eventual soluço
Abafado, pelo aplauso
Holofotes apagados
Hora da verdade...
Cruel, solitária, triste,
E que não pode ser
Representada...
Sem a máscara do
Personagem que jaz
Ali entre as plumas,
Os paetês, jogados,
Como se nada...
Maquiagem tirada
E o espelho não mente!
Nunca mentem...
São cruéis, frios como
Um inimigo espreitando
Acusando a realidade
Que a mulher vê...
Mas, a atriz, só olha
O personagem que já
Faz parte da sua alma
E, quando o espelho
Insiste em refletir a verdade
Ela, num último ato... Quebra
O espelho... Apaga a luz e,
Sai do teatro.