Aqui até o amanhecer

Meus pés parecem ter vida própria nesta estrada deserta,

Que sem a tua companhia pareço ter morte certa...

Não suporto mais a distância estabelecida,

Quero percorrer de mãos dadas com você a nossa vida...

O momento anônimo ao qual nos atamos,

Dicionário decodificado do que nunca fomos...

Peças perdidas alheias ao grande quebra-cabeça...

Fomos arrebatados por algo que talvez nunca aconteça...

Me procuro nos meus costumes,

Na minha vidinha metrificada,

Onde só encontro meus ciúmes,

E a ausência tua na minha cama na madrugada.

Teu eu pertence à outra que possui tua aliança,

Eu nem ao menos poderia te dar uma criança,

Sou terra estéril onde o teu eu veio plantar,

Onde já está marcado com as marcas de teu caminhar.

Andas em mim por todos os dias,

Faz projetos, todos perfeitos e dourados...

Sou daquelas que as outras chamam de vadias...

Aquelas que sem querer amam homens casados...

Esta é a primeira vez que amo alguém comprometido,

Foi maior que eu, culpa de meu coração atrevido...

E agora? Sofro e te deixo ir embora?

Ou te deito em minha cama e me torno tua senhora?

Me diz o que quer dessa tua descoberta?

Me largas sozinha nas escuras ruas deserta?

Me toma em teus braços e me ama agora?

Serei eu a outra ou a tua senhora?

Responda! Tenha coragem de dizer!

Porque continuarei aqui, até o momento de amanhecer...

Aqui até o amanhecer...ou até que venhas me dizer...

Mary Rezende
Enviado por Mary Rezende em 31/01/2011
Código do texto: T2762398
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