VESTIDOS DE NADA
Venha, não venda os olhos
Com o ébano
Que nos agasalha.
Veja os vultos que dançam,
No contorno das sombras,
Assombrando o resto
Que nos resta.
Não vês? Somos nós
Vestidos de nada
Na transparência
Natural da noite.
Não ouves? São sons evidentes
De um fogo adormecido
Que não desperta,
Despeça-se então... e vá.