VESTIDOS DE NADA

Venha, não venda os olhos

Com o ébano

Que nos agasalha.

Veja os vultos que dançam,

No contorno das sombras,

Assombrando o resto

Que nos resta.

Não vês? Somos nós

Vestidos de nada

Na transparência

Natural da noite.

Não ouves? São sons evidentes

De um fogo adormecido

Que não desperta,

Despeça-se então... e vá.

Luz Miranda
Enviado por Luz Miranda em 29/01/2011
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