O sepulcro da donzela

O íntimo de meu ser agora carrega

Lembranças da alegria esquecida

Meu peito a essa dor então se entrega

Por ela a quem dediquei minha vida

Por ela que foi a dona do meu amor

Mas não quis cuidar do meu coração

Que a ela entreguei sem temor.

Preferiu ter uma vida de perdição.

Espalho minhas dores ao vento

A lembrança do passado me alucina

Tento em vão esquecer o momento

Em que por amor, cometi uma chacina.

A loucura em mim faz morada

E no campo dos mortos fico a esperar

Espero da noite até a alvorada

Espero por ela que um dia irá voltar.

Aguardei toda a noite, mas não tive sorte.

Preciso revê-la, esperarei por toda a vida.

É possível o amor conviver com a morte?

Eros e Tânatos, respondam minha dúvida!

A madrugada se vai, ao dia dá seu lugar

A noite aqui passei, ela não apareceu.

O que houve, onde a vou encontrar?

Será que um dia findará o sofrimento meu?

Arrependo-me do crime cometido.

Peço aos céus perdão, clamo piedade.

Os céus se fecham ao meu pedido

– Meu Deus, já não basta esta saudade?

Próximo ao túmulo dou voz à razão

À sombra deste sepulcro dorme aquela

Que a outro prometeu seu coração

Aqui descansa minha tão amada donzela.

WeltonSilva
Enviado por WeltonSilva em 22/01/2011
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