Você
De nada serve esta lua sobre mim.
Estou tão preso a distantes luares
A sóis de outras vidas, idas e vindas
A noites, manhãs, lugares...
Diante desta dor, felicidade é pecado
Tudo vira um nada sem fim no infinito
As estrelas no pano de luto, amigos, saudade...
Minhas lágrimas adultas, o que restou
As músicas, fardos de nostalgia
Melancolias em cansativa ladainha
Reverberando tédio
Este mal, de que instante brotou? Não o queria.
De face bonita ressentida, que me beijava sem dó
De que razão nasceu este canteiro daninho
Por que as flores eram assim tão humanas
Com cheiro de lágrimas, com jeito de fim
Em que coração pousou a minha alegria
E a beleza do olhar que não me via
Em que olhar pousou?