ÁGUAS DE JANEIRO
Não verás mais de súbto a tempestade,
que carrega as casas e indefesas vidas
nem a serra de surpresa - remota idade,
contarás mais seus mortos nessas batidas.
Quem se foi, a memória exemplo fica,
e a dor de quem fica não irá esquecer
que de prévio aviso não se prejudica,
solidário coração deu-se a conhecer.
São serras que se tornam quedas d´aguas,
que fazem também quedas mansões,
o menino sentado contando as mágoas,
petrificadas estão as suas ilusões.
Mas quem sabe se tudo não irá mudar,
se no ano que vem terão pés no chão,
ou se construirão casas para derrubar
a chuva que vem como um arrastão?
Eram as chuvas do mês de janeiro,
que será de "pau e pedra" nas águas de março?
Se no "fim do caminho", o mês de fevereiro,
fará deste peito e do coração um pedaço?!
(YEHORAM)