ÁGUAS DE JANEIRO

Não verás mais de súbto a tempestade,

que carrega as casas e indefesas vidas

nem a serra de surpresa - remota idade,

contarás mais seus mortos nessas batidas.

Quem se foi, a memória exemplo fica,

e a dor de quem fica não irá esquecer

que de prévio aviso não se prejudica,

solidário coração deu-se a conhecer.

São serras que se tornam quedas d´aguas,

que fazem também quedas mansões,

o menino sentado contando as mágoas,

petrificadas estão as suas ilusões.

Mas quem sabe se tudo não irá mudar,

se no ano que vem terão pés no chão,

ou se construirão casas para derrubar

a chuva que vem como um arrastão?

Eram as chuvas do mês de janeiro,

que será de "pau e pedra" nas águas de março?

Se no "fim do caminho", o mês de fevereiro,

fará deste peito e do coração um pedaço?!

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 21/01/2011
Reeditado em 23/01/2011
Código do texto: T2742670
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