Carpe Diem
Durante toda a minha vida
Vivi numa intensa correria
De casa para o trabalho e vice-versa
Quando o dever me chamava, eu estava lá.
Hoje, cara a cara com o juiz
Sou condenado a ver
Tudo aquilo que nunca vivi.
Nesse último instante que ainda me resta
Lamento por não ter brincado, por não ter saído,
Por não ter feito amigos e não curtir minha família (pais e irmãos);
Por não ter amado ninguém,
Nem a minha vida, só o meu trabalho.
Se eu tivesse outra chance, faria tudo diferente.
Contemplaria as coisas mais simples:
O céu, o pôr-do-sol, as flores, um sorriso, uma palavra.
Faria amigos aos quais poderia falar sobre minha vida
E escutar os problemas deles.
Formaria uma família, teria filhos,
Pessoas para amar e que me amassem.
Aprenderia uma nova forma de viver
Um viver diferente, mágico.
Onde cada instante seria único
Onde cada dia fosse esperado com ânsia,
Ânsia de viver, de amar e ser amado.
Infelizmente isso é impossível.
Minha hora já chegou
O martelo foi batido
E eu, condenado a viver eternamente só, triste,
Sem boas lembranças e sem deixar saudades em alguém.
Caro é o preço de não viver extraordinariamente,
De não sugar a essência da vida!
RAJAS